terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
Santana - 1972 a 1974. Um período subestimado
Já postei sobre um disco do Pink Floyd que acho subestimado. Agora imagine uma fase toda de um trabalho subestimado. É isso que parece acontecer com a fase jazzística de Carlos Santana, no período de 1972 a 1974. Santana foi uma grande banda que, como todo mundo sabe, estourou no festival de Woodstock (69) com o petardo "Soul sacrifice". O primeiro disco saiu logo em seguida, um sucesso anunciado; depois vem "Abraxas" com clássicos absolutos ( a música "Black magic woman", do Fleetwood Mac, e, também acho que "Samba pa ti" é muito inspirado em "Albatross" de Peter Green); em 1971 o álbum que é considerado por muitos sua obra-prima: "Santana III", com "Guajira", "Everything is comin' our way" e o restante das faixas são ótimas. Aí começa a viagem do Carlos Santana que, mergulhado em drogas, parte para a libertação espiritual via oriente, a procura de gurus salvadores (caminho já conhecido por várias bandas, inclusive Beatles). Santana acabou resgatando para sua música as influências de John Coltrane e Miles Davis, o que fez a banda, de orientação mais rock-latino, entrar em atrito e dividir-se. Em 1972 lançou "Caravanserai", disco divisor de águas, que acabou vendendo bem mais pela sua fama anterior do que pela sonoridade. Na época, aqui em Porto Alegre, ele se apresentou pela primeira vez no ginásio Davi Gusmão (19/10/73) e tocou praticamente todo o disco "Caravanserai", fato que decepcionou a maioria do público. Aí começa a fase subestimada deste grande mestre da guitarra que, depois de um disco ao vivo co Buddy Miles, lançou verdadeiras pérolas ainda a serem descobertas: "Welcome" (73), "Borboleta" (74), "Love Devotion Surrender" (73), com John Mclaughlin - excelente -, e o soberbo "Lotus" (74) um ábum ao vivo triplo em vinil. Esses são os discos mais obscuros e talvez alguns dos melhores de sua carreira. A partir de 1976 Santana retorna ao seu velho estilo com sucesso e, com altos e baixos, manteve uma trajetória até os dias de hoje.
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