Para comemorar esta postagem de número 93, escolhi o pintor Rubens (1577-1640) para me ajudar. Há muitos anos sou fã das pinturas barrocas desse gênio alemão, e em 1990 fiz uma "releitura" (como se diz) de um dos seus quadros, sendo mais tarde selecionado para o "1º Salão de Artes de POA", de 1991. Agora, em 2011, revisitei novamente as pinturas de Rubens e fiz outra "releitura" (não gosto muito desse termo) na qual agora, em primeira mão, mostro o resultado.

Calma! Isso aí não fui eu que pintei (rsrsrsr); esta pintura é do Rubens, e é chamada de "O Rapto das Filhas de Leucipo", pintado em 1618 a óleo, com medidas de 222 x 209 cm. O quadro encontra-se na Alte Pinakothek, em Munique (Alemanha). Uma verdadeira obra-prima! Adoro esse quadro - sempre, para mim, será uma fonte de inspiração.

Agora sim, aqui está o meu quadro baseado na pintura acima. Um legítimo Marcus Pereira, pintado em 1990, com tinta acrílica sobre papel (vagabundo) e colado sobre eucatex, com medidas de 118 x 130 cm. O quadro encontra-se hoje inacessível numa sala escura (talvez todo mofado) esperando pela minha mudança na casa nova... Continua sendo um dos meus trabalhos preferidos (e eu sei como é difícil eu gostar de meus trabalhos, sou muito exigente), e talvez por ser uma das minhas primeiras pinturas tive a sorte de principiante.

Em 2007, ou 2008, fiz com bico-de-pena e nanquim outra versão dessa pintura, num pequeno cartão de papel.

Nessas férias escolhi este quadro de Rubens para me divertir. Seu nome é "Caça ao Hipopótamo", foi pintado entre 1616 a 1618; óleo sobre tela, com medidas de 217 x 321 cm. Encontra-se no mesmo local do quadro anterior de Rubens. Chega a ser engraçado, porque é para ser uma caçada ao hipopótamo e tem crocodilo, cavalos, cachorros... Uma verdadeira confusão barroca.

Aqui o meu quadro esboçado a lápis e já apresentando algumas pinceladas. O andamento não estava me agradando muito. Estava ainda muito preso ao original.

Apesar das sutis diferenças de cores, continuava insatisfeito com o andamento do quadro; continuava preso as formas e não via saída para algo que tentava buscar, ou seja, não era isso que eu queria.

Enchi o saco e parti para o ataque! Acabei com aquele lenga-lenga que estava me incomodando. Agora sim, vi novos caminhos se abrindo.

Fui adiante, buscando ajustar as formas, cores e dar uma unificação nesse conjunto caótico.

Aqui foi uma etapa que me agradou parcialmente. A parte inferior me agradava muito; a figura central e o lado direito estavam seguindo um rumo que eu gostava, e o lado esquerdo eu ainda não sabia o que fazer. Havia muita abstração para o meu gosto. Mesmo assim estava gostando do andamento da obra.

Vai diabos saber, olha só o que aconteceu! Mantive apenas a parte inferior (que me agradava) e transformei o fundo em outra coisa. A figura central do hipopótamo se transformou num horrível rosto. Estava no caminho certo. Gostei.

E aqui o resultado final do meu quadro, inspirado naquele lá de cima do Rubens. Curti muito as mudanças que houve com a pintura até chegar a sua forma final.
Marcus,
ResponderExcluirFicaram ótimas as releituras!
Parabéns pelo trabalho (e pelo blog também)!
Abs
Obrigado, e seja bem-vindo ao blog.
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