domingo, 4 de junho de 2017

"Is this the life we really want?" - Roger Waters

Acabei de ouvir o mais recente disco de Roger Waters: "Is this the life we really want?". "Essa é a vida que realmente queremos?" Como sempre as letras de Waters tem um forte cunho político, e por isso é imprescindível ouvir esse disco acompanhando as letras das músicas, um dos pontos fortes desse trabalho. Roger Waters continua o mesmo (ainda bem!), com os seus efeitos clichês - que vem desde o álbum "The Wall", com o Pink Floyd, que, desde então, ficou mais a cara de Waters do que a do Pink Floyd, até a sua saída em 1983. Esse novo disco de Waters é um deleite para os fãs. As melodias lembram muito "The Final Cut" (seu último álbum com o Pink Floyd) assim como os seus discos solos posteriores, mas com certas diferenças e sabores. Inicialmente, o que chama a atenção é o denso trabalho de fundo dos teclados e sintetizadores, os acordes fortes, predominantes em todo o disco (gostei mais dos primeiros trinta minutos), deixando de lado mais os solos de guitarra e outros instrumentos, como os saxes e sopros, por exemplo. As música ficaram compactas, e esse clima denso de teclados só quebra quando Waters dedilha o seu violão em músicas inspiradas, fazendo um belo equilíbrio. Tem partes instrumentais que nos fazem lembrar de "Meddle" (Pink, 72), e também de "Animals" (Pink, 77), o que deixa os fãs do Pink Floyd muito saudosos. Acho que esse disco é o que Roger mais lembra o Pink dos anos 70, nas passagens instrumentais de teclados e em guitarras bem pontuadas. Os backings vocals femininos, uma das marcas fortes de seus trabalhos anteriores, também ficaram bem reduzidos, assim como os seus vocais agudos e estridentes. Mesmo assim a sua maneira de cantar continua muito expressiva e emocional, mostrando que ainda está em plena forma. "Is this life we really want?" é um belo disco, e Roger é um dos poucos que paro para ouvir atentamente, com prazer. Um disco que já está na minha lista dos melhores de 2017, e perfeito para ouvir nesse clima de inverno.

4 comentários:

  1. Ainda não tive a oportunidade de ouvir este novo álbum do Roger Waters. Confiando na tua opinião vou ouvir imediatamente. Um abraço.

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    1. Eu sempre fui fã do Waters no Pink floyd, assim como o teu preferido era o Rick Wright... Abraço!

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  2. Gostei. Acabei de ouvir todo o disco. Acho que é o melhor trabalho solo de estúdio do Roger Waters. Ao fazer essa avaliação deixei de fora a ópera Çaíra, sobre a revolução francesa por entender de que se trata de outro tipo de trabalho, portanto, sem comparação. Este novo disco do Roger me fez lembrar alguns momentos de Whish You Were Here, Animals, The Wall e Final Cut. Vale a pena com certeza ter esse álbum na discoteca. Valeu pela dica. Um abraço.

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    1. Valeu! Achei que irias gostar, principalmente a parte mais instrumental. Abraço!

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