Músicas que me emocionam. Parte II

1) "La Boheme" - Puccini. Essa ópera de Puccini foi a primeira que vi ao vivo, por volta de 2001, no teatro da PUC. Paguei dez reais e fui lá pros "poleiros" assistir. Não pude conter as lágrimas durante todo o primeiro ato. Aproximadamente um mês atrás comprei o DVD dessa ópera e assisti num sábado, acompanhado de minha Linda, e gripado com uma febre de 38 e meio. Novamente durante toda a primeira parte eu chorei e solucei emocionado pelas magníficas árias e duetos entre Rodolfo e Mimi. Sem dúvida é a minha ópera favorita.
2) "Je crois entendre encore" - Bizet. Ária da ópera "O pescador de pérolas", de Bizet. Essa música me leva às lágrimas cantada por David Gilmour, ex- guitarrista do Pink Floyd, que está no DVD "David Gilmour in Concert". Todo o DVD é maravilhoso, sensível, quase acústico, na minha opinião melhor que que qualquer show pirotécnico do Pink Floyd, sem o Roger Waters, é claro.
3) "Since I've been loving you" - Led Zeppelin. Me emociona sempre ouvir a música original do Led III, de 1970. Robert Plant estava no auge de sua capacidade vocal, comparável à de Janis Joplin, cantando com alma um blues devastador; Jimmy Page não fica atrás e brilha com solos e riffs memoráveis; a bateria robusta, marcante e pesada de "Bonzo" é inigualável e marca registrada do Zep; e John Paul Jones faz um clima com o teclado e um trabalho de baixo que o coloca como um dos melhores músicos da banda e um dos melhores da história do rock.
4) "Persuasion" - Richard Thompson. Richard Thompson é um dos grandes artistas que conheci graças aos blogs de música da internet. Thompson é inglês e foi o lendário guitarrista da não muito conhecida (por essas bandas) Fairport Convention. A partir dos anos 70 partiu para carreira solo, e naquela década fez pelo menos um disco memorável: "I want to see the bright lights tonight", de 1973, acompanhado por sua mulher, Linda Thompson. "Persuasion" é uma música feita para a trilha sonora de um filme nos anos 90, totalmente instrumental e que não fez nenhum sucesso. Mais tarde foi colocada uma letra na música (não por Thompson) e ela aconteceu, ficou linda. Acesse no YouTube e veja Thompson e seu filho cantando ao vivo num show na Holanda ou Bélgica. É emocionante.
5) "E lucevan le stelle" - Puccini. Voltando às óperas, não poderia esquecer essa magnífica ária, extraída da ópera Tosca, de Puccini (esse era o cara!). Me emociona imensamente ouvir essa ária na voz do grande Mario Lanza, tenor poderoso e ator de Hollywood nos anos 50. Sua interpretação magistral bota no bolso Pavarotis, Plácidos e Carreras da vida...
6) "O funeral de Siegfried" - Wagner. Muito diferente da Ópera italiana, as óperas de Wagner são únicas em estilo e dramaticidade. O trabalho monumental de "O anel dos Nibelungos", dividido em quatro partes, sendo que "O crepúsculo dos deuses", donde é extraído o funeral de Siegfried, é a parte final, fecha com chave de ouro essa tetralogia. Essa música é densa, misteriosa, vem num crescendo e explode num clímax que faz arrepiar e emocionar de maneira arrebatadora.
7) "Adágio do Concerto for guitar and string" - Vivaldi. Essa tem que ouvir para crer. É de uma sensibilidade esse adágio que faz no mínimo arrepiar e no máximo chorar. No filme "Woyzeck", de Herzog, a cena final, com Klaus Kinsky esfaqueando a mulher com essa música de fundo, chega ser perturbadora.
8) "Adágio" - Albinoni. esses músicos barrocos são prá liquidar com a gente. O "Adágio", de Albinoni, é uma maravilha impossível de não sensibilizar quem tenha um coração. A banda "The Doors" fez uma versão com a poesia de Morrison ao fundo. Ficou emocionante e pode levar às lágrimas.
9) "Flamenco sketches" - Miles Davis. Música do lendário disco "A kind of blue", de 1959, essa música é uma pérola que fecha um disco maravilhoso. Tudo é sensibilidade nessa música, quase etérea, flutuante e irreal. "A kind of blue" é considerado um dos melhores discos de jazz de todos os tempos.
10) "Adiós Nonino" - Astor Piazzola. Aqui eu faço uma homenagem a todo esse disco, gravado em 1970. O grande amigo prof. Marquinhos tinha esse vinil e eu tentava comprá-lo mas ele não me vendia. Cheguei a oferecer 40 reais na época! Mais tarde consegui comprá-lo num sebo por 10 reais (que felicidade!). Todas as músicas são excepcionais e de uma melancolia portenha. Só quem perambulou pelas ruas de Buenos Aires de madrugada pode realmente se emocionar com as canções desse disco.