sábado, 10 de julho de 2010

Monotipias


Vasculhando o depósito onde estão guardados (mofando) os meus trabalhos artísticos, consegui encontrar uma pasta (muita sorte!) na qual se encontram diversas pinturas, desenhos, gravuras e monotipias do início dos anos 90. Vou postar algumas monotipias que ainda curto bastante.

Acima a imagem de um catador de lixo, que, na época, me impressionava muito (achava o cúmulo da miserabilidade pessoas se alimentando de lixo). Hoje, infelizmente, estamos acostumados a ver essa cena diariamente, e já faz parte do cotidiano de milhares de pessoas na luta pela sobrevivência.



A figura humana retratada de forma dramática, expressa conforme a realidade do momento do artista (bastante carregado na época).













O preto e branco sempre foi uma das minhas expressões favoritas para dar o clima que eu procurava nos trabalhos. A tinta densa para gravura favorecia um preto profundo e brilhante que me agradava muito.







Mais uma monotipia sobre os catadores de lixo. Lembro que na época também pintei um quadro ( em preto e branco) baseado nessas imagens.













Figura humana quase em vias de total abstração. Consequência direta da segunda figura da série. A dramaticidade das formas vem muito do que eu estava lendo na época, a obra de Dostoiévski, principalmente "Crime e Castigo" e "Os Demônios".













Não posso esquecer que por essa época (1993) conheci pessoalmente um dos maiores artistas de todos os tempos: Iberê Camargo. A densidade e o pathos das suas figuras humanas me marcaram profundamente, e poderia até dizer que Iberê foi um dos pintores definitivos da alma humana ( o outro foi Bacon).

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